domingo, 27 de setembro de 2009

QUERO UM HOMEM DE VERDADE!

A frase; “Quero um homem de verdade!” proferida por mulheres que sonham em encontrar um bom partido está ligeiramente equivocada. Homens de Verdade, como Deus os fez, in natura, no original, não são os homens que eu gostaria pra mim, na verdade.

Homens de verdade, os originais, são toscos, grossos e mal acabados. Agem apenas por instinto, instinto milenar, ancestral, de reprodutor e machão! Ainda pensam que ser homem de verdade é ter todos os defeitos aparentes e que isso é normal. Homens de verdade não são lapidados para mulheres de verdade.

É bem verdade que existem as mulheres que preferem homens assim, ahhhhh, e como ainda tem... infelizmente, e só posso lamentar por elas, que se contentam e ficar em casa, numa vidinha medíocre, insatisfatória, pensando que são felizes porque tem marido, rsrs, vide a peça de Zezé Polessa, e normalmente convivem bem cada um na sua e cada um com seus afazeres, como por exemplo, os homens trabalharem, encontrar com os amigos, beberem, falar de futebol e mulher, ir pra casa, tomar banho e pensar em reproduzir e as mulheres cuidarem da casa, da janta, das roupas e pensar em ser boa reprodutora e é claro, educar os filhos que são os únicos frutos desta convivência.

Mesmo sabendo que eles mantêm uma vida dupla fora de casa, que não as respeitam e que vão ter esse comportamento enganoso até sempre, e que até a própria irmã já deu em cima do seu marido; em nome de uma aparência, continuarão com os antolhos da religião e sob o beneplácito de uma sociedade hipócrita e permissiva, ahhhh, só me preocupo com a perpetuação das gerações em formação, principalmente das futuras mulheres que estão por vir, que só terão isso como exemplo e modelo de mediocridade na vida a ser seguido.

Definitivamente esse não é meu modelo de homem nem de uma mulher de verdade...

domingo, 26 de abril de 2009

NÃO É MINHA OPINIÃO PESSOAL, É UMA ANÁLISE PROFISSIONAL, ESTÁ PRA QUEM QUISER VER... PRA BOM ENTENDEDOR...

Artigos sobre namoro e relacionamento.

Traição masculina

Pergunta:

É normal perdoar a traição masculina, visto que não existe fidelidade total por parte dos homens? ( pelo menos é isto que eu acho). Já li que os homens sentem necessidade de conhecer algo diferente, mas quando o fazem não deixam de amar suas esposas ou namoradas e na maioria das vezes voltam pra elas. Ou esta posição é uma desculpa esfarrapada para traírem sem tanta culpa?



Resposta:

Existem homens que são fieis. Já ouvi até um deles dizer que uma só mulher já dá tanto trabalho que não sabe como tem homens que conseguem ter várias. Normalmente, um homem é fiel quando está na fase de apaixonamento ou quando atingiu a maturidade, depois de ter tido experiências que o levaram a prescindir de aventuras amorosas, sobretudo quando se dá bem com sua parceira. A maioria, no entanto, não se encaixa nesse grupo.

Enquanto a mulher busca um homem e se satisfaz com ele quando tudo corre bem, os homens sentem uma enorme atração pelo mistério que cada mulher representa para eles. É um fenômeno psico-social. A meu ver existem dois tipos de traição: a traição, propriamente dita, em que o homem está numa péssima relação com a mulher, quer seja por problemas de decepção por não encontrar nela o que idealizou; quer por estar insatisfeito consigo e deslocar seus problemas para ela; seja para agredi-la, vingar-se ou mesmo por desejo de romper a relação e, na moita, sem nada dizer, estar à procura de uma outra com quem venha a viver.

Já a infidelidade ficaria dentro desse quadro a que se refere. O homem tem relações ocasionais com outras, sem pensar sequer por um minuto em desfazer o compromisso com aquela com quem tem uma relação estável e que ele valoriza e não quer perder. No meu entender, seria de mau gosto da parte do homem ir contar aquela que ama que andou com outra mulher. Isso envenenaria a relação talvez para sempre, e ele se tornaria uma criatura infeliz por pura ingenuidade. Esses seriam homens infantilizados que agem com a mulher como se elas fossem a mãe, que tudo perdoa e compreende.

A confissão só tem sentido quando existe o desejo de agredir para romper ou torturar, e aí estaríamos voltando ao primeiro caso, onde o ressentimento já destruiu o bom relacionamento.

Thaïs Sá Pereira e Oliveira
Psicóloga e Psicanalista
"Coluna Thaïs Responde"

terça-feira, 7 de abril de 2009

Tanto tempo longe de vc

Eu sei, vc deve ter sentido minha falta, sei que minhas palavras são importantes pra vc...

Num mundo tão vazio, quem tem conteúdo é rainha...

Vim aqui só deixar um alô, tenho pensado coisas que considero importantes, mas ainda estou estruturando melhor os pensamentos, amadurecendo as idéias.

Daqui a pouquinho elas estarão prontas, não se preocupe...

Alô e tchau
Fui!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

CONFIRMANDO AS MINHAS PALAVRAS 1

É muito gratificante ver uma reportagem de capa, na VEJA de 18/02/2009, ratificando todos os meus comentários a respeito da família e da juventude de um modo geral, mostrando que meu ponto de vista não reflete uma visão pessoal, por qualquer motivo que seja, mas uma sincera e real preocupação e carinho com os caminhos futuros dos jovens de um modo geral. Tirando todo personalismo do que poderia parecer uma tendenciosa opinião própria, pelo que poderia ser equivocadamente interpretado por um prazer deturpado de criar desarmonia.

Como sempre venho dizendo, e o tempo sempre há de mostrar, que nunca foi meu objetivo, só quero o bem, esse artigo traz orientações e observações sérias para toda família, bem oportunas, que pode ser lido de uma forma neutra e contribuir para ajustar algumas condutas que necessitam ser reavaliadas preventivamente visando um futuro melhor. Fala sobre o excesso de permissividade, da falta de limite, do abuso da vida social noturna, da presença do álcool na vida dos adolescentes, da necessidade dos pais se preparem mais, se informarem mais sobre seus filhos, tudo o vim escrevendo anteriormente... Da falta até um um preparo afetivo maior, de conceitos éticos (diferentes de conceitos morais, que são conceitos passados sem um questionamentos crítico, refletido, amadurecido) ausentes, de discussões na família, da omissão dos pais na construção de um diálogo que construa esses conceitos em seus filhos... pq isso reflete uma desarmonia e despreparo no casal, é óbvio...

Mas é preciso coragem para enxergar e procurar suprir esses déficits, pois a medida que os filhos vão crescendo vão exigindo esse crescimento dos pais, e é preciso querer ter olhos pra ver, e ouvidos para ouvir... e cabeça para pensar... não existem sintomas à toa... doenças, ou ameaças de doenças não aparecem por acaso, isso é um princípio clássico da psicossomática..., mas quem quer parar para pensar hoje em dia? Dá um trabalho danado, no mínimo uma dor de cabeça danada... Numa VEJA anterior, (um mês atrás, mais ou menos) Lya Luft escrevia sobre isso, o quanto as pessoas preferiam consumir a pensar, ou ir pra academia, malhar o corpo e não malhar o pensamento com idéias, livros, questionamentos, pois na maioria das vezes isso gera um tremendo mal estar - palavras e opinião dela, que compartilho, e estou aqui reproduzindo...

Continuando a te desejar todo o bem que puder amealhar, pela responsabilidade que vc tem, que vc saiba reconhecer seus caminhos com dignidade e compostura, maturidade e lucidez, acredite, nunca possuímos nada, mas temos que dar conta daquilo que nos foi deixado sob nossa responsabilidade... amar, é muito mais do que vc imagina... vc ainda vê esse sentimento de uma forma muito pequena...
Pense sobre isso, chegamos nessa existência com o somatório das vidas que já vivemos, pra quem acredita nisso. Pra quem acredita numa vida só, tanto faz, também temos o mesmo espírito imortal. E só saímos com ele daqui, e as experiências que vivemos, a riqueza e o dom de amor que conseguirmos exercitar, como o Grande Mestre deixou de lição. Essas serão as verdadeiras sementes que renderão os frutos pelos quais seremos avaliados. O amor mais universal, mais incondicional que pudermos ter...

que assim possa ser...
LUZ A TODOS NÓS!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

CONFIRMANDO MINHAS PALAVRAS 2

essa é a capa da edição de 18/02/2009


- segue a reportagem (necessitei retirar alguns trechos pq o blog não permitia a publicação em html, para ver a reportagem completa é só acessar o site da revista, o conteúdo normalmente é aberto a não assinantes) A.



Especial
A juventude em rede
Como pensam e se comportam os adolescentes de hoje:
filhos da revolução tecnológica, eles vivem no mundo
digital, são pragmáticos, pouco idealistas e estão
mais desorientados do que nunca
Anna Paula Buchalla
Tudo ao mesmo tempo agora
Os jovens de 16 anos, de 17: celular, ipod, computador e videogame praticamente viraram uma extensão do corpo e dos sentidos

"Alguém tinha deixado uma revista no banco, ao meu lado, e comecei a ler, achando que assim ia parar de pensar no Professor Antolini e num milhão de outras coisas, pelo menos durante algum tempo. Mas a porcaria do artigo que comecei a ler quase que me fez sentir pior ainda. Era sobre os hormônios. Mostrava a aparência que a gente deve ter – a cara, os olhos e tudo – quando os hormônios estão funcionando direito, e eu estava todo ao contrário. Estava parecendo exatamente com o sujeito do artigo, que estava com os hormônios todos funcionando errado. Por isso comecei a ficar preocupado com os meus hormônios. Aí li outro artigo, sobre a maneira pela qual a gente pode saber se tem câncer ou não. Dizia lá que, se a gente tem alguma ferida na boca que demora a sarar, então isso é sinal de que a gente provavelmente está com câncer. E eu já estava com aquele machucado na parte de dentro do lábio há umas duas semanas. (...) Calculei que devia morrer dentro de uns dois meses, já que estava com câncer. Foi mesmo. Eu estava certo de que ia morrer. Evidentemente, essa ideia não me deixou muito satisfeito." O trecho do parágrafo anterior é de um romance que, durante décadas, foi o livro de cabeceira de milhões de jovens ao redor do mundo: O Apanhador no Campo de Centeio, do americano J.D. Salinger. Lançado em 1951, ele é um registro magistral das perplexidades, anseios, medos e descobertas de um adolescente que foge do colégio interno, vaga sem destino certo e acaba internado numa clínica, por "esgotamento", onde resolve fazer o relato de seu périplo. Quem leu o livro dificilmente esquece o nome do personagem: Holden Caulfield, para quem tudo (ou quase tudo) é uma porcaria. E para quem tudo (ou quase tudo) é motivo de saudade. Paradoxos de quem tem os hormônios "funcionando errado", claro. Os adolescentes continuam a ter um quê de Holden Caulfield dentro de si, mas mudaram muito desde que Salinger publicou seu romance. Mudaram muito porque mudamos todos nós, e bastante. Em parte, houve evolução; em parte, talvez, involução. Ganhou-se em liberdade e pragmatismo; perdeu-se em encantamento e idealismo. Os jovens não poderiam ficar fora da curva dessa trajetória. VEJA foi a campo tentar descobrir como os adolescentes atuais poderiam ser identificados se tomados como um todo. Sim, é uma generalização, e como toda generalização deve ser olhada com cuidado. Mas quem sabe ela possa subsidiar pais angustiados (e irritados) com moças e rapazes para quem, de uma hora para outra, eles, antes tão adorados, se tornaram "ridículos". Durante dois meses, a revista ouviu dezenas de jovens, pais, psicólogos e educadores sobre os desejos, dúvidas, receios e ambições da adolescência dos anos 2000. Uma enquete com 527 pais e jovens de 13 a 19 anos de todo o país, disponibilizada por uma semana no site VEJA.com, identificou hábitos e comportamentos da geração que daqui a vinte anos estará no comando do país. Eis algumas conclusões: os meninos e meninas que nasceram a partir de 1990 não almejam fazer nenhum tipo de revolução – nem sexual nem política, como sonhavam os jovens dos anos 60 e 70. Mudar o mundo não é com eles. O que querem mesmo é ganhar um bom dinheiro com seu trabalho. São também mais conservadores em relação aos valores familiares (embora os pais, lógico, sejam "ridículos"), de acordo com o maior estudo de hábitos e atitudes da população adolescente brasileira, conduzido pela empresa de consultoria Research International. Fruto da revolução tecnológica e da globalização, eles formam, ainda, a geração do "tudo-ao-mesmo-tempo-e-agora" (uma das inúmeras expressões com as quais os especialistas tentam defini-los). São capazes de realizar várias atividades ao mesmo tempo (as de estudo, nem sempre a contento), porque celular, iPod, computador e videogame praticamente viraram uma extensão do corpo e dos sentidos. É, enfim, uma juventude que vive em rede, com tudo de bom e de ruim que isso significa. Afirma Felipe Mendes, diretor-geral da Research International: "O que preocupa nesta geração é que eles são concretos em relação a dinheiro e trabalho, mas muito básicos em seus sonhos e impessoais e virtuais nos prazeres que deveriam ser reais". O fato de estarem sempre conectados os leva a ter interesse por mais assuntos e a ser mais bem informados de maneira geral. O lado ruim é que raramente tentam aprofundar-se em algum tema. Mudam de opinião com rapidez e frequência proporcionais ao liga-desliga do computador. Mais do que ocorria nas gerações de jovens anteriores, suas decisões costumam estar envoltas em interrogações, como se a vida fosse um eterno teste de múltipla escolha. Plugados ao mundo, aos sites de relacionamentos como Orkut e aos serviços de mensagens instantâneas, eles movem-se em rede e estão menos divididos em tribos. E é justamente isso que os faz menos preconceituosos com as diferenças: 44% dos participantes da pesquisa da Research International têm amigos próximos com uma orientação sexual diferente da sua. É um dos melhores aspectos do lado bom. O frenesi da era digital ajuda a empurrar esses adolescentes a trocar de amores, amizades, cursos e aspirações como quem troca de tênis. "É uma sucessão de reinícios, com finais rápidos e indolores", define o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Mas, como não é possível recusar sempre a vivência da dor, a contrapartida pode ser o aumento da ansiedade em relação a relacionamentos pessoais e opções profissionais. "Você quer tudo e, ao mesmo tempo, não sabe o que quer", diz Marcela Lucato, de 16 anos. A frase resume bem o porquê de eles nunca se mostrarem completamente satisfeitos. São tantas opções de escolha sobre o que fazer e aonde ir e tanta liberdade de decisão que eles se perdem. "O melhor de ser jovem hoje é ter liberdade de escolha. Mas é difícil decidir, não temos prioridades", afirma Giuliana Locoselli, de 16 anos. Está certo que uma das características da geração atual em relação às anteriores é o fato de que moças e rapazes demoram mais para se decidir em relação à carreira a ser seguida. O dado positivo é que, nesse meio-tempo, eles articulam uma rede de contatos tão grandiosa que, no futuro, poderá ajudá-los profissionalmente. Apesar de todas as incertezas, um trabalho que os faça ricos é o sonho de 64% dos adolescentes. Faz sentido: os jovens de hoje estão caros. Caros, não, caríssimos. Eles custam cinco vezes mais do que há trinta anos
E, para aumentar mais os gastos familiares, são grandes influenciadores das compras dos próprios pais. Em nove de cada dez famílias que adquirem eletroeletrônicos, a decisão de qual aparelho levar é deles. Cerca de 45% dos adolescentes brasileiros correm às lojas assim que um novo gadget é lançado, segundo uma pesquisa da empresa Deloitte.O excesso de excesso de exposição dos adolescentes em sites de relacionamentos é, sim, motivo de preocupação. A agenda trancada a chave do passado deu lugar a trocas de mensagens apaixonadas ou comentários sobre a vida própria e a alheia para todo mundo ler. Lá estão também fotos da família, dos amigos, do namorado, da "ficante" e por aí vai. "A privacidade não existe mais para eles", diz Claudia Xavier da Costa Souza, coordenadora do centro pedagógico do Colégio Porto Seguro. Expõem-se tanto a ponto de já terem sido chamados de a geração look at me ("olhe para mim"). "Esse fato, para além dos problemas circunstanciais que pode acarretar, dificulta o desenvolvimento da capacidade de autorreflexão e introspecção, o que é essencial para o crescimento", diz a psicóloga Ceres Alves de Araujo.Com uma rede de conhecidos tão vasta, o número de festas é enorme. Se os pais deixarem, eles saem de domingo a domingo. Nessas saídas, que podem se arrastar até o dia seguinte, pode haver muita bebida e droga, especialmente as sintéticas. Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas revela que 35% dos adolescentes brasileiros de 12 a 14 anos consumiram algum tipo de bebida alcoólica no mês anterior ao estudo – é a taxa mais alta da América Latina. Entre os brasileiros de 15 a 16 anos, esse índice sobe para 56%. As meninas são um capítulo à parte nesse cenário. Elas estão se expondo mais precocemente que os meninos aos perigos do álcool e das drogas. Como elas amadurecem antes, inclusive fisicamente, é mais fácil para a maioria entrar nas festas dos mais velhos, onde a bebida corre sem nenhum controle. Basta uma visita a qualquer supermercado numa noite de sábado para testemunhar grupos de adolescentes se preparando para o que chamam de "esquenta" – ou seja, beber na casa de um deles antes de ir para a festa. Muitos entram nas baladas com vodca em garrafas de água mineral. Bem, Holden Caulfield não faria diferente... E em que reside a maior culpa dos pais de hoje? Em não saber dizer o velho, bom e sonoro "não". É como se, para eles, negativas pertinentes a comportamentos inaceitáveis equivalessem a um castigo físico, afirmam os especialistas em adolescentes. "Há ainda um outro fator: a falta de cobrança. Ela tem como corolário a falta de responsabilidade na vida adulta", diz Silvana Leporace, coordenadora educacional do Colégio Dante Alighieri, em São Paulo. Portanto, atenção: se hoje seria uma perversidade colocar seu Holden Caulfield num internato ou algo que o valha, como fizeram os "velhos" do personagem de Salinger, é um tremendo erro cair no extremo oposto – o de deixar como está para ver como é que fica, enquanto se finge ser liberal. Dá para controlar um adolescente em condições razoavelmente normais de temperatura e pressão ou, ao menos, suportá-lo sem maiores traumas? Dá. Eis aí algumas sugestões de educadores e psicólogos para que você não perca completamente a cabeça (uma parte dela é aceitável):

Quando o jovem bebe
Diante de evidências tão claras quanto as da série Law & Order, os pais nunca devem perguntar: "Você bebeu?". Nesse caso, eles correm o risco de ter dois problemas – a bebida e a mentira. É bom que os pais sejam firmes e informem o jovem de que eles sabem da bebida. Proibir o filho de beber não tem efeito prático nenhum. O melhor a fazer é explicar os riscos do consumo excessivo de álcool. Em geral, conversas francas e amigáveis dão mais resultado que a gritaria.

Quando ele insiste em não atender o celular
Os pais devem deixar claro que o jovem tem o aparelho por dois motivos: para que tenha autonomia e eles, tranquilidade. Se o adolescente não atende as ligações dos pais, deve perder a liberdade que lhe foi concedida. Um exemplo: se o horário para chegar em casa é às 3 da manhã, da próxima vez ele deverá chegar à 1. Faça-o entender que cabe a ele reconquistar a confiança dos pais.

Quando ele abusa do telefone
Não há como exigir que um adolescente controle os gastos com telefonia. A alternativa é dar-lhe um celular pré-pago. No caso do telefone fixo, antes de recorrer a cadeados ou bloqueios da linha por senha, desconte da mesada o valor das longas, longuíssimas conversas com amigos e afins.

Quando o adolescente se expõe demais na internet
Cabe ao pai e à mãe mostrar o que eles pensam a respeito da intimidade devassada na rede. É direito e dever deles dar sua opinião ao filho, mas não é possível exigir que o adolescente aja da forma pretendida pelos pais. Se o excesso de exposição resultar em fofocas que cheguem aos ouvidos paternos, o melhor a fazer é consultar um psicólogo.

Quando há excesso de discussão entre pais e filhos
"Falar com o filho é fundamental, mas não na condição de amigo. Um diálogo entre pais e filhos, quando trata de assuntos decisivos e espinhosos, como sexo, autonomia e responsabilidade com os estudos, é sempre delicado. Pode fluir numa comunicação tranquila, mas nem por isso será fácil", diz a psicanalista Diana Corso. Se você nunca experimentou uma "comunicação tranquila", e acha que isso será impossível até que ele ou ela caia em si depois da descarga hormonal da adolescência, tenha em mente que toda discussão deve ter limite. É um erro bater boca com um adolescente. Não leva a lugar algum. O ideal é deixá-lo falando sozinho. Quando a situação se acalmar, de ambos os lados, é hora de sentar e tentar conversar outra vez. Se pais e filhos caírem numa rotina de bate-boca, será preciso buscar outros meios de comunicação – de preferência o e-mail, um instrumento ao qual o adolescente está mais do que habituado.

Boa sorte. Precisa de alguém para recuperar um programa no computador? Você não tem ideia de como baixar músicas no iPhone? Chame o adolescente mais próximo. É impressionante a desenvoltura desses jovens com as novas tecnologias. Tanto que, na maioria esmagadora das casas, são eles os consultores dos aparelhos a ser adquiridos. Nove em cada dez compras de eletrônicos das famílias brasileiras são influenciadas pelo filho adolescente. "Quando percebo que os celulares da minha família estão ficando ultrapassados, convenço meu pai a trocá-los", diz Márcio Saurin, de 17 anos. Os adolescentes costumam devassar suas próprias vidas nos sites de relacionamento – o Orkut é o preferido dos jovens brasileiros. Declarações de amor, comentários sobre amigos, fotos da turma, do namorado, da família... Está tudo lá para quem quiser ver. "Meu pai fica preocupado com a imagem que eu vou passar", diz Manoela Regis Slerca, de 15 anos. "Todo mundo sabe quem é quem e tem muita fofoca e exibicionismo na internet, o que pode causar confusão." Mesmo assim, ela não resiste. É uma geração sem privacidade.
Porque não são divididos em tribos, os adolescentes da classe média estão muito parecidos entre si. Gostam das mesmas coisas, usam as mesmas roupas, os mesmos cortes de cabelo e têm os mesmos gadgets. A certa distância, chega a ser difícil distinguir um do outro. "A gente só convive com gente do mesmo meio e da mesma classe social. É todo mundo muito igual e acaba sendo tudo muito superficial", diz Marine Marinho Del Maschi, de 16 anos. Bailarina do Teatro Municipal de São Paulo, nas aulas e nos ensaios de dança ela tem a oportunidade de conhecer pessoas de outras classes sociais. "Essa convivência me enriquece.Os jovens das classes C, D e E têm menos dinheiro, mas se comportam da mesma forma que os mais ricos quando vão às compras: dão preferência a lançamentos e a marcas famosas. Uma pesquisa do Instituto Análise e do site e-bit, que hospeda lojas virtuais, mostra que a novidade de um produto é um dos principais atributos exigidos pelos brasileiros de 18 a 24 anos com renda familiar de até 1 000 reais. O levantamento, realizado com compradores de produtos eletroeletrônicos, descobriu também que os jovens mais pobres estão dispostos a comprometer uma parcela maior de sua renda para adquirir os modelos mais avançados desses aparelhos. Além de inovação e marca, eles passaram a procurar bens de valor mais alto, como notebooks, televisores de LCD e home theaters, que antes eram adquiridos apenas pelos mais ricos.Esses dados levaram os pesquisadores a concluir que está em curso uma mudança no perfil dos consumidores de baixa renda. Quanto mais jovens são os indivíduos desse estrato, maior é a importância que se dá à qualidade e menor a que se confere a, por exemplo, facilidades de pagamento, como o número máximo de prestações em um parcelamento. "Os jovens estão elevando o seu padrão de consumo e isso vale também para os que têm menor poder aquisitivo", resume o cientista político Alberto Carlos Almeida, do Instituto Análise. Os jovens de baixa renda incorporaram hábitos antes próprios dos compradores mais endinheirados. Como esses últimos, eles passaram a procurar ofertas na internet e a comprar em lojas virtuais. Para quem vende na rede, é uma clientela promissora. "Atender esse nicho de mercado se tornou uma obsessão de muitas empresas", diz Almeida.